QUE CONDIÇÕES MÉDICAS PODEM SE BENEFICIAR?

23 dezembro, 2021

Cada vez mais a cannabis medicinal se torna uma medicina acessível e segura a milhares de pessoas pelo mundo. A terapia à base de canabinoides é um direito ao seu bem-estar e saúde.  Abaixo encontra-se uma lista com condições, doenças, sintomas e/ou efeitos colaterais que possuem estudos científicos com evidências de que possuem potencial para benefícios com o uso de terapias à base de cannabis.  Queremos informar a sociedade e compartilhar com você o que temos aprendido. Acompanhe sempre o crescimento desta lista! 

ADICÇÃO

ANOREXIA NERVOSA

ANSIEDADE

ARTRITE REUMATOIDE 

AUTISMO 

DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH)

DIABETES MELLITUS

DOENÇA DE ALZHEIMER

DOENÇA DE CROHN

DOENÇA DE PARKINSON

DOR CRÔNICA

ENXAQUECA

EPILEPSIA

ESCLEROSE MÚLTIPLA

ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO

FIBROMIALGIA

GLAUCOMA

MENOPAUSA E CLIMATÉRIO

 

Canabinoides aliviam a dor de pacientes que sofrem de Fibromialgia

23 dezembro, 2021

Doença que atinge na maioria pacientes mulheres prejudica o sono e a qualidade de vida e pode ser controlada com o uso do produto

Pacientes com fibromialgia sofrem de uma condição atípica onde os estímulos são captados e interpretados de uma maneira errada pelo cérebro. Essa interpretação leva a pessoa a sentir fortes dores que aparecem do nada ou a partir de leves estímulos.

A fibromialgia também está relacionada ao cansaço extremo, dificuldade de atenção e insônia. É muito comum que pacientes que sofrem da doença apresentem dificuldade para dormir, embora estejam física e mentalmente cansados.

Segundo a Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED), cerca de 37% da população brasileira sofre de dores crônicas, sendo que pelo menos 3% podem ter fibromialgia diagnosticada. A fibromialgia é uma patologia que os cientistas e médicos ainda não entenderam a origem, e que muitas vezes é confundida apenas com dores reumáticas.

Apesar de não causar sequelas graves, a fibromialgia costuma manifestar dores mais intensas e em diferentes partes, além de trazer uma outra particularidade: em 90% dos casos são pacientes mulheres, entre 35 a 50 anos. Mas isso não impede que aconteça também em crianças, adolescentes, e idosos de ambos os sexos.

A doença, que tem um diagnóstico difícil, causava um verdadeiro caos na vida da produtora de elenco do Rio de Janeiro, de 33 anos, Gabriela Rosales. “As dores que eu sentia eram tantas que já vinha pesquisando sobre o uso medicinal da cannabis e depois de ler uma matéria, eu resolvi buscar o tratamento. Eu sempre achei que tivesse hérnia de disco e sempre senti dores fortes nos braços e nas costas, já fui parar no hospital. Como estou trabalhando de home office decidi fazer fisioterapia, mas nada adiantada”, relembra.

Só depois de algumas idas aos médicos, ela então descobriu que sofria de fibromialgia, e então descobriu a Gravital através de um amigo que já fazia o tratamento. “Já na primeira semana eu já senti a diferença. Antes eu só dormia à base de Rivotril e comecei a sentir problema de memória, e aí eu me senti esperançosa”, relata.

Como a cannabis medicinal pode ajudar?

Há diversos estudos sendo conduzidos sobre o uso da cannabis para ajudar pacientes com fibromialgia. Por exemplo, o estudo publicado em 2019 no Journal of Clinical Medicine (ver link abaixo), Israel, trouxe os resultados do tratamento com cannabis em 367 pessoas que usaram a cannabis medicinal por seis meses. Após este tempo, 71% dos pacientes relataram que a escala de dor foi de 9 para 5 em média, ou seja, caiu pela metade. O estudo conclui dizendo que a cannabis medicinal parece ser uma alternativa segura e eficaz para o tratamento dos sintomas da fibromialgia”.

Em outro estudo (publicado em 2020), 17 mulheres brasileiras com fibromialgia fizeram uso do óleo de cannabis full Spectrum (rico em CBD e THC) e tiveram resultados significativos na melhora da dor e da fadiga. O estudo foi publicado na revista científica Pain Medice, da Universidade de Oxford (ver link abaixo).

Os médicos Pietro Vanni, psiquiatra e Diretor Técnico da Clínica Gravital Rio e o Dr. Ciro Couto, psiquiatra e Diretor Técnico da Clínica Gravital de São Paulo, explicam que quando um paciente ingere o óleo de cannabis regularmente, ele ativa receptores do sistema endocanabinoide que atuam na melhora das dores musculares, insônia, depressão e também ajudam a controlar algumas desordens cerebrais. “Embora não seja capaz de promover a cura da fibromialgia, o óleo de cannabis é uma alternativa 100% natural, com baixíssimo índice de efeitos adversos e que promove uma melhora considerável na qualidade de vida de pacientes que sofrem de dores crônicas”, concluem os especialistas.

A paciente Gabriela afirma que em três meses de uso do óleo de CBD nunca teve uma qualidade de sono igual a que vem experimentando. “Meu trabalho como eu preciso ser muito ativa e atenta, preciso estar completamente focada e a cannabis me trouxe mais atenção, mais foco, ajudou na ansiedade, e principalmente nas dores. Eu faço questão de gritar ao mundo o quanto tem sido positivo na minha vida. Estou muito feliz, já indiquei pra muita gente”, concluiu.

Referências de estudos
JCM | Free Full-Text | Safety and Efficacy of Medical Cannabis in Fibromyalgia (mdpi.com)

Ingestion of a THC-Rich Cannabis Oil in People with Fibromyalgia: A Randomized, Double-Blind, Placebo-Controlled Clinical Trial | Pain Medicine | Oxford Academic (oup.com)

 

FAQ - PERGUNTAS FREQUENTES

23 dezembro, 2021

PERGUNTAS FREQUENTES

1 – O tratamento com canabinoides é permitido no Brasil?

Sim. Medicamentos à base de cannabis são permitidos para o tratamento de condições clínicas no Brasil, mediante prescrição médica. Produtos feitos com cannabis para uso medicinal foram regulamentados e podem ser encontrados nas farmácias, importados ou obtidos através de associações de pacientes. Se quiser saber mais sobre o processo para o tratamento com cannabis medicinal, acesse a seção pacientes.

2 – Quais são as principais condições médicas que os canabinoides podem tratar?

Novos tratamentos à base de cannabis são descobertos a cada dia que passa. No momento já existe uma lista extensa de condições passíveis de tratamento, as quais estão contempladas na seção tratamentos. Dentre estas, algumas se destacam por terem mais estudos que evidenciam a eficácia do tratamento, que é o caso da esclerose múltipla, epilepsia, dor crônica e doenças inflamatórias intestinais.

3 – Posso dirigir ou operar máquinas durante o tratamento?

Depende. No caso de formulações com alto teor de canabidiol (CBD) e baixo de tetrahidrocanabinol (THC) normalmente não há interferências. No entanto, conforme a proporção do THC aumenta, dependendo da quantidade ingerida pode haver comprometimento, devendo ser avaliado caso a caso.

4 – O tratamento está sendo eficaz. Posso interromper o uso de outras medicações?

Medicações sintomáticas sem prescrições podem ser interrompidas (por exemplo: dipirona e paracetamol). No entanto, medicações com prescrições médicas não devem ser alteradas sem antes um médico ter sido consultado.

5 – O que fazer se eu me esquecer de tomar uma dose?

Não se preocupe. Pode tomar a dose assim que lembrar, e caso esteja muito perto da próxima dose, simplesmente deve-se pular a anterior.

6 – Posso interromper meu tratamento abruptamente?

Se você tiver que interrompê-lo, pode fazer isto a qualquer momento. O tratamento com CBD tem potencial nulo de causar abstinência, portanto não há sintomas importantes ao ser retirado abruptamente, apesar de não ser recomendado sem orientação médica. Já o THC pode causar sintomas de abstinência, porém isso é praticamente inexistente em doses baixas. É importante lembrar que ao retomar o uso após longos períodos de interrupção, é comum o aumento de sensibilidade aos canabinoides, sendo recomendado recomeçar com uma dose menor que a do momento de descontinuação.

7 – O tratamento com canabinoides pode interferir nas medicações que faço uso?

O metabolismo dos canabinoides envolvem enzimas hepáticas, e estas podem ter suas atividades alteradas. Portanto, há medicações que podem ter alterações de suas concentrações no sangue com o uso contínuo dos canabinoides. No entanto, raramente são significativas, sendo poucas medicações que exigem maior preocupação.  Esse é um dos motivos pelos quais é importante o acompanhamento médico quando se usa a medicina canábica.

8 – Posso realizar exercícios físicos durante o uso dos canabinoides?

Pode. Vale lembrar que há formulações com efeitos sedativos, que podem prejudicar o rendimento, porém basta fazer a dose após realizar o exercício. Inclusive, medicamentos à base de cannabis são reconhecidos por promover relaxamento e recuperação muscular.

9 – Posso ter meu peso alterado com o tratamento?

As ações dos canabinoides são variadas. Enquanto o THC estimula o apetite, outro canabinoide, o tetrahidrocanabivarina (THCV), é conhecido por reduzir o mesmo. Além disso, o CBD não interfere no apetite diretamente, mas pode reduzir a compulsão por alimentos, o que pode ajudar no emagrecimento. Além disso, o CBD atenua os efeitos de aumento do apetite THC. Portanto, no uso de canabinoides em conjunto o aumento de peso é raro, e há formulações que podem auxiliar em sua perda. Somente em concentrações mais elevadas de THC que pode haver aumento de peso, porém este raramente é significativo.

10 – Posso consumir álcool concomitantemente ao uso de canabinoides?

No uso de cannabis com álcool o efeito de ambos se potencializa, podendo causar efeitos indesejados. No entanto, medicamentos com alta concentração de CBD não oferecem riscos. Inclusive, caso haja uso exagerado de álcool por motivos de compulsão, o CBD tem o potencial de reduzi-lo.

11 – Produtos à base de cannabis podem provocar ansiedade?

Depende. O CBD tem efeito ansiolítico (que reduz a ansiedade), já o THC pode ter efeito ansiogênico (que aumenta a ansiedade) dependendo da dose. No entanto, o CBD em conjunção com o THC reduz os efeitos colaterais deste, inclusive seu efeito ansiogênico. Portanto, as formulações com altas concentrações relativas de CBD normalmente apresentam efeito de redução da ansiedade.

12 – Posso me tornar adicto ao tratamento?  

A adicção à cannabis é geralmente associada ao seu uso inalatório (fumada), é restrita ao THC, e é pouco frequente. O potencial de dependência do CBD é nulo, e inclusive este pode ser usado para tratar adicções. Portanto, quando utilizados em conjunto e em formulações orais com alta concentração de CBD e baixa de THC, não há risco de dependência. No entanto, o uso prolongado de altas concentrações relativas de THC pode resultar em alguma adicção, porém é rara e de fácil manejo com o CBD.

13 – Existe a possibilidade de se ter uma “overdose” com produtos à base de cannabis? 

Não. No entanto, o consumo exagerado de produtos com concentrações elevadas de THC pode resultar em efeitos desagradáveis, como alterações perceptivas e aumento da ansiedade, porém estes tem duração limitada. Não há qualquer registro na literatura de morte diretamente causada por ingestão exagerada de cannabis.

14 – O uso de canabinoides é considerado “doping”?

Recentemente, o canabidiol foi retirado da lista de doping. No entanto, todos os outros canabinoides no momento ainda são considerados doping, apesar de seus usos serem proibidos somente durante as competições. Devido a isso, muitos esportistas fazem uso do CBD isolado.

15 – Posso realizar o tratamento durante a gestação ou amamentação?

Não é recomendado o uso de cannabis ou de produtos à base de cannabis durante a gestação e amamentação. Além de não haver de estudos de segurança elaborados, sabe-se que os canabinoides atravessam a placenta e também penetram no leite materno, e não sabemos ainda quais são as consequências disto.